TODRA  E  ERG CHEBI                 

No coracao do Atlas, a cordilheira de montanhas que separa as planicies do Oeste marroquino e o deserto, esta' uma das mais bonitas gargantas do mundo. A' medida que avancamos para alem da sua entrada, entramos num outro reino. 

O reino dos povos da montanha, de pessoas simples, sorridentes, dispostas a ultrapassar a barreira linguistica para ajudarem naquilo que estiver ao seu alcance. 

"SALAM", palavra de saudacao, que significa "PAZ", e' a palavra dos povos da montanha, pastores nomadas que vivem em cavernas naturais, guiando os seus rebanhos  na incessante procura de novos pastos, para as suas cabras e ovelhas. 

Os povos, que vivem nestas remotas partes do pais, so' ha' muito pouco tempo tiveram estradas, ligando as suas aldeias 'as vilas e cidades mais modernas da sua patria. Neste video, uma dessas estradas, que serpenteia ao longo da Garganta de Todra foi palco de uma das maiores enchurradas na memoria deste povo, ocorrida em 2006. A estrada construida com tanto sacrificio foi parcialmente destruida numas partes, tendo desaparecido completamente noutras. Esta enchurrada lembrou o povo da montanha, que sao os elementos naturais que determinam a sua vida e que o rio ainda e' senhor do seu territorio.

Sao frias as noites e as madrugadas no deserto. Ainda era noite quando saimos, acompanhados pelo homem de azul, o guia Tuareg, que nos levaria atraves das belissimas dunas do Erg Chebi, ate' um pequeno oasis no meio desta magica paisagem de areias finas, cores unicas e extraordinaria textura. 

Ver nascer o Sol, nesta conjuntura natural de cor e sentidos e' sem duvida uma fantastica experiencia.

Depois de algumas horas de caminho, no dorso do nosso amigo camelo, chegamos a este remoto oasis, algures na fronteira entre Marrocos e  Argelia, onde passamos o resto do dia, apreciando os sabores da tagine cozinhada por Aziz e deleitando-nos com cha' de menta. 

A' noite depois de reconfortadas as barriguinhas um pequeno passeio a apreciar os milhoes de estrelas e a vastidao de areia que se estendia perante os nossos olhos, iluminada pelo luar do Quarto Crescente. 

A viagem de regresso, foi feita com a sencacao de que o deserto e' imponente e implacavel, mas ao mesmo tempo belo e inesquecivel.